14/07/10
O Amor nos Tempos de Cólera ensinou-me que eu não sou tão romântica quanto pensava. Na verdade, o facto de Florentino Ariza esperar por Fermina Daza uma vida inteira e tudo fazer na vida a pensar nela e na possibilidade de um dia ela ser sua, provocou em mim mais pena e repugna do que me encheu o coração. Não gosto de dependência, e para mim a vida dele foi tão dependente que me pareceu que ele a desperdiçou toda. Fez-se grande por causa de Fermina, fez-se belo por causa de Fermina, fez-se tudo em função dela e por causa dela e pensando nela. É uma vida desperdiçada num só pensamento. Tudo bem, ele acabou por tê-la na sua velhice, e pôde amá-la na sua velhice, mas isso não me soa tão romântico quanto triste. Irritou-me.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
e o que é que lhe interessa a tua opinião?
se calhar, acabou por ser mais feliz naqueles últimos tempos do que se não tivesse esperado por ela e tivesse tido 300 mulheres. se a amou assim tanto tempo é porque tinha a certeza de que ela o ia fazer mais feliz que qualquer outra....
De certeza que foi mais feliz naqueles anos, mas no resto da vida foi mais infeliz. E, ah, ele teve 300 mulheres à mesma, mas sempre com a obsessão da Fermina.
então, pronto! maravilha! teve 300 mulheres e no fim teve a que queria e foi feliz com ela.
o que interessa é que valeu a pena.
Eu não digo que não valeu a pena, mas apenas que foi um bocado de meter pena.
Enviar um comentário