«(...) O homem chamava-se Benjamim, que é um nome grande. Grande não só pelo número de letras e de sílabas mas pela forma como soa. Grande mas doce. Longo mas elegante. E nada viril. Quando o nosso nome é grande, como Benjamim, queremos ser grandes, também. (Claro que certamente toda a gente quer, em grau maior ou menor, ser grande, mas quando o nome porque respondemos é grande e incomum, a responsabilidade de lutar pela grandeza é maior).
No entanto, Benjamim, que era um pessimista e um céptico, acreditava que não bastava querer, era preciso fazer, e que, na verdade, não havia nada a fazer: ou se nascia para ser grande ou se nascia para o não ser. De facto, e mesmo sem nunca o admitir, Benjamim tinha uma tendência marcada para acreditar na predestinação. Mas isto era nos dias tristes – porque havia dias em que se sentia capaz de ser grande e aspirava a tal.
Na adolescência, porém, esses dias escasseavam. E foi precisamente nessa altura que Benjamim decidiu que passaria a chamar-se só Ben.»
E a história continua assim. Susceptível de alterações.
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