Morrer aos poucos dói muito mais que morrer depressa. Como tal, é óbvio que eu, grande adepta do sofrimento, escolho agarrar-me à vida, com todas as forças que me resta, para tentar adiar a morte. E cada inalação de ar é como agulhas no meu peito. E cada pensamento é como martelos na minha cabeça. A cada passo vacilam as pernas e a cada palavra falta-me a voz. Mas estou viva. Cada vez mais perto da morte, sim. Mas ainda não conseguiste matar-me de vez.
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