18/06/11

Custam-me os olhos mortos,
os peitos furados,
vazios e pesados,
custam-me as palavras arrastadas,
as reacções demoradas,
as bocas tapadas,
custam-me as mágoas sem fim,
as vossas mãos estendidas para mim,
o vosso corpo a pesar,
as lágrimas presas,
sem nunca chorar,
custam-me os olhos mortos,
sem vontade de viver.
As conversas que acabam a gritar.
Custa-me a dor de não poder
fazer nada para o mudar.

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