15/06/11
Fui. Há aquela altura da vida em que te dizem que tudo o que sabias é mentira e tu não podes fazer mais nada, só ir. E vais, como eu fui. Ficas com o cérebro colado à parede de cima do crânio, e depois parece que já não consegues pensar fundo. Ficas com o coração colado à parede da frente da caixa torácica e depois parece que nada bate muito fundo, e não há nada mais que possas fazer. É ir. Vais até que te joguem um balde de água fria em cima e tu chegues à conclusão que mais valia estares quieta. Ou então descobres que chegaste onde querias e nunca lá terias chegado se não tivesses ido. Mas se nunca fores, não sabes. Por isso vai. Por isso eu fui. E se te magoares no caminho, não penses que é por não caminhares que não te cansarão as pernas. Na verdade cansa mais estar parado em pé do que caminhar. Fui. Tenho medo de ter largado tudo o que era seguro, mas o certo é que se me tiraram as verdades, tiraram-me o que me segurava a mim. E fui.
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