03/07/11

Sempre vivi olhando as coisas decididas como as coisas valiosas. As coisas que escolhi, sobre as quais ponderei, que controlei e que modelei, que defini e qualifiquei. Na verdade, porém, o grande valor está nas coisas que acontecem sem que eu tenha decido sobre elas, sem que as tenha arrumado numa gaveta ou numa prateleira, sem que tenham corrido sobre elas páginas de literatura e conversas cheias de ses e talvez. São as coisas naturais e imponderadas as que valem mais, porque a magia da vida está na imprevisibilidade e a felicidade está em fazer o melhor com aquilo que temos. Tenho aprendido a abrir a minha mão e soltar as rédeas um bocadinho. E assim o vento na cara sabe-me melhor. Porque é o vento que eu saboreio. Sem ses.

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