11/09/11

Não raras vezes tenho a sensação de que a minha vida continuou sem mim. Cada vez mais tenho a certeza que eu era uma peça que não encaixava, daquelas cuja ausência alivia a imagem em vez de a deixar vazia. É tudo uma questão de perspectiva, mas não raras vezes sinto que o mundo poderia prosseguir sem mim sem que isso fizesse diferença, porque há um encaixe para todas as peças e eu fico a sobrar. É esse o segredo que escondo no mais fundinho de mim. E estou tão cansada de procurar um lugar em que faça falta que o que me apetece agora é ir embora sem dizer a ninguém. A minha hipérbole não chega ao ponto de ponderar que ninguém sentiria a minha ausência, mas no quadro geral o puzzle ficaria completo sem mim e todos seguiriam em frente. E eu ficaria de fora a observar a minha vida continuar sem mim.

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