02/05/12
Disse-lhe assim, um pouco alto demais: fosse eu saber o que agora sei, seriam menos as lágrimas. Mas logo me apercebi quão falsa soava tal asserção correndo dos meus lábios. Não há forma de esgotar estes olhos, que ele diz que são grandes e brilhantes, não há forma de os calar, são como fontes jorrantes (será por isso que brilham?), como pássaros cantantes, como rios desgastantes. E a água que deles jorra é como mel adocicado que me deixa as bochechas rosadas de açúcar. E ele vem mordê-las, beijá-las, cheirá-las com uma inspiração forte com que percorre o meu rosto todo. E então calei-me, engoli os medos (estes que sempre caminham no limbo da histeria), agarrei-lhe os dedos, e trouxe-os para o meu peito. Vês como bate tão rápido? Fosse eu saber o que agora sei, teria devolvido a encomenda onde me veio o coração.
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