23/12/12

unipolar

Parece que o mundo não acabou.
Parece que as coisas não são assim tão más.

10/12/12

Audácia, ambição ou obsessão?

Mais um pouco. Mais. Não chega. É de menos. Não é bom, não é ótimo, não é perfeito. Tem falhas, tem faltas. É de menos. Não quero. É oito e eu só quero oitenta. Oitenta ou zero. Oitenta ou nada. Sempre mais. Se é oitenta, quero noventa, se é noventa, quero dois mil. É de menos, é feio, é pequeno, é frio, é imperfeito. Quero mais. Mais um pouco, é sempre preciso mais um pouco. Assim não chega, assim não está bem. Se não está bem, não quero.

eu contra mim

Nós não sabemos o que vem.
Queres saber?
A verdade é o que vem no fim,
todo o entretanto são meros palpites.
Não fazemos ideia do que vem,
mas todos queremos saber.
Eu não quero.
Pelo menos todos tentamos adivinhar.
Eu não tento.
Pelo menos todos queremos
que alguma coisa seja a verdade,
todos queremos que alguma coisa esteja para vir.
Ai está o erro.
A vida não é a verdade,
a vida são os entretantos.
Então para quê viver de palpites,
sempre na tentativa-erro?
Isso não é vida!
A vida é só isso.
Se soubéssemos o que vem a seguir,
seria como ver um filme
do qual faríamos parte.

Se estamos condenados a caminhar no escuro,
devo dizer que vou sempre andar com medo.
Não sou desses corajosos que pisam onde não vêem.
Se nunca vou ver o chão, vou passar horas a tentar adivinhá-lo.

Isso não é viver.
Viver é não saber,
e não saber é bom.

Não saber é a maior tortura.