16/05/09

Percepção

Na sala vazia que é a minha mente
Frases repetem-se como ecos dispersos com vida própria
Frases que são pedaços de momentos insignificantes
Mas que por algum motivo o meu subconsciente reteve.
E por mais que eu tente encontrar padrões
Nada mais posso concluir que são aleatórias
Estas imagens fragmentadas
Como diapositivos projectados na parede.
E a sala vazia que é a minha mente
Jamais estará vazia, de verdade,
Pois estas coisas incorpóreas que me assombram
E vão consumindo toda a minha paz
Multiplicam-se como vozes na cabeça.
A cada momento que vivo corresponde um já vivido
E a cada momento vivido corresponde um sorriso.
E depois, ao recordá-los, vêm as lágrimas fáceis
Seguidas por gargalhadas generosas
E tudo deixa de fazer sentido.
Porque me assombram estes pormenores recordados?
Estas fotografias de sorrisos, toques e olhares?
Estes sons de júbilo e conversas sérias?
Porque não me deixam em paz
Lembrando-me que outrora fui feliz,
Quando o tempo era um lugar estranho,
E passava sem uma real percepção?

16 de Maio de 2007

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