Já foi há bastante tempo e entretanto esquecemo-nos.
Não nos lembramos. Mas sabemos que era mau.
Era escuro e frio e monótono.
E também sabemos que víamos tudo noutras cores:
O mundo era uma conjugação de tons derivados do negro.
E quem tu vês agora: este ser, que somos nós,
Que é feito de cor-de-rosa,
Cujos olhos vão brilhando, cujos lábios vão sorrindo,
Este ser, que somos nós agora,
Não era assim antes.
Antes as nossas noites eram lágrimas incompletas,
Agora as nossas noites oscilam do bom ao mau.
Antes a nossa mente era vazia e calada,
Agora a nossa mente voa e nunca há silêncio.
E nós não nos lembramos de como era antes,
Mas sabemos como é que mudou:
Lembramo-nos do momento em que uma luz,
Uma luz fraquinha mas quente, se acendeu.
E por mais que não nos lembremos de como era antes,
Sabemos que queremos que a luz nunca se apague,
Sabemos que não queremos nunca voltar lá.
25 de Outubro de 2009
1 comentário:
este poema fez-me lembrar o Em Contacto.
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