18/12/09

Fios e justiças

(Quando vivemos toda a nossa vida
A condicionar a nossa mente,
A conduzir os nossos pensamentos,
A submeter os nossos actos
Ao critério da justiça,
É inevitável chegarmos à questão:
A nossa existência é justa?)

Se o tempo fosse um fio,
Tu estarias numa ponta,
E noutra ponta estaria o teu destino.
E eu? Eu seria uma conta de madeira,
Que entrou no fio da tua vida
E interrompeu o teu percurso
Em direcção à outra extremidade.

Mas o tempo não é um fio
E eu não sou uma missanga
E o teu percurso não foi interrompido
Quando eu entrei na tua vida.
E, por favor, ensina-me a dar-me valor:
Transforma-me num fio.
Não posso sentir-me um obstáculo,
Que existiu mesmo antes de nascer.

18 de Dezembro de 2009

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