Que tu sempre lá estiveste, a segurar-me a mão.
E nos dias em que o peso da tua mão me esmagava,
Em que eu me sentia pesada,
Esgotada, perdida, submersa e afundada,
Nunca cheguei a tocar o chão.
Porque a mágoa, essa,
Também sabe fazer flutuar.
E por entre sorrisos, lágrimas, gritos e silêncios,
Por vezes alternados, por vezes todos de uma vez,
Nunca me viste, meu amor,
A tocar com os pés na superfície.
E agora peço-te
- porque é tão bom voar sobre os outros –
Que me mantenhas sempre assim,
À margem da realidade,
A cair por ti, sem nunca chegar ao chão.
(Sim, estamos de volta aqui, poesia)
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