07/10/10

Tudo o que eu quero é sair daqui e nunca mais voltar.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não respondas, se não quiseres, que eu estou a pensar alto. Mas, diz-me... O que é que te fascina? E o que é que te deixa segura? Nada disso é maior do que tanto pensamento e memória que te dói?

Anónimo disse...

(Definitivamente, não sei onde postar a resposta que queria dar. Acho que andei 10 minutos a pensar onde diabo haveria de responder... se no teu, se no meu! Bem...)

"Dou por mim a desejar viver como a grande maioria, de forma irreflectida e despreocupada. E depois percebo que assim numa me sentiria completa, porque eu tenho uma espécie de necessidade masoquista de pensar nas coisas até à exaustão, até que se tornem simples, como tu explicaste." - talvez seja foleiro dizer-to, mas, de repente, não me sinto tão sozinho. Pelo que disseste. E sabes, o problema de pensarmos tanto é que chega a uma altura em que não sabemos se estamos a pensar bem. Porque a sanidade mental, às vezes, foge um bocadinho, não foge? Ou melhor, chega uma altura em que não temos a certeza se ultrapassámos o bom senso - se bem que acho que o bom senso é algo tão tão tão relativo. Ao dizeres-me isso, vejo que ainda não o ultrapassei, daí o "não-sozinho".

Tenho a noção de que 90% das pessoas acha que pensar muito é deprimente. Não é alegre, é certo... Mas deprimente? Não. Por que raio haveria de ser? Não sei até que ponto é fácil ou não viver uma vida despreocupada, mas as coisas não têm de ter sabor? E os dias difíceis são os que têm mais sabor. Talvez porque isso quer dizer que tens história, e que tens algo a ser contado. Ter-se cicatrizes em nada torna alguém menos rico; pelo contrário. Alguém com cicatrizes demora é mais tempo a sentir-se completo...

Deixa-me ir mais longe do que devia, Inês: (e vou sussurar, para teres a certeza que não é um pedido.) Eu... Gostava de conhecer a tua história. E não faço a mínima ideia porquê, não me perguntes. E enquanto tento perceber estes dias o porquê, respondo-te ao que me disseste sobre ti, pode ser? Pensei logo que li que crescer torna-se menos difícil quando estamos amparados. (Isto, pensando eu que crescer já me tirou demasiada da inocência que me fazia bem.) Crescemos sem dar conta, ou então, criamos um mundo com alguém em que as coisas andam mais ao nosso ritmo. Mas, se não formos desamparados, pelo menos uma vez, não crescemos direito. Ai, tens razão, é um paradoxo. Sentires-te desamparada tira-te a saúde e a força, ou é algo que ao fim do dia derrotas nos tais processamentos mentais?

(e voltei a fazer uma pergunta, em vez de me ficar por uma conclusão!)

Anónimo disse...

És apenas pessoa que pensa (como se fosse pouco) ou pessoa que quer deixar de pensar?

Eu fico aflito quando estou sem segurança. E acho que estou a eufemizar. Não te sei descrever o aflito... (É, em suma, horrível. Uma aflição que me controla o cérebro, me deixa a respiração à beira do colapso e não me faz sentir frio, nem stress, mas antes algo totalmente insuportável, uma junção de todos.) Eu, sem segurança, tenho medo de pensar. Sobretudo em memórias. Tenho uma memória demasiado boa, lembro-me de detalhes como se fossem fotografias - impressas há anos - e isso dá cabo de mim. Porque depois me quero desfazer desses flashes e não consigo. Toldam-me a visão nas aulas, em casa... até me fazem passar a noite acordado. Às vezes, só queria silêncio na minha cabeça e ser totalmente insensível para não sentir a falta de ninguém. (Acho que hoje não estou muito estável, não, porra. Mas bem... Não me esqueço do que disse e, por mais que custe, prefiro-me assim: capaz de pensar.) Eu olho para as pessoas e tenho tendência de as analisar, e isso irrita-me, porque me desiludo em três tempos. Nem é aquela desilusão, fruto de uma amizade ou relação a longo prazo. Chego, olho em redor e nada me cativa, e isso desilude-me. Como se fosse tudo feio, e tudo pobre.

Não acho que a inocência seja o viver sem pensar. Inocência não é ignorância, é? E, concordando com o que disseste depois: pode-se viver levemente, mas intensamente, não pode? Obrigado. - já que era um dos limites do meu bom senso. Tens preocupações desnecessárias no viver intensamente? Como quem diz que estraga os momentos com nhenhices...?

Olha, não sei se há algo no que já disseste que seja muito teu, e por isso não me sinto bem a publicar os teus comentários... Diz-me se o devo fazer ou devo vê-los apenas eu, na minha conta.