O pior é quando descubro, de tempos a tempos, que tenho saudades tuas. Ou de uma versão de ti que ficou algures perdida nos anos passados. Quando uma música ou uma fotografia ou uma frase não me despertam o ódio da desilusão que tem reinado na tua memória, mas me revelam apenas uma imensa tristesa por te ter perdido, por te teres perdido. Porque tu não és a mesma pessoa, e ainda assim, as pessoas não mudam. Há palavras que ficarão sempre perdidas, porque nunca encontraste força para mas dizer. E as minhas, liberto-as em ódios pequeninos quando me lembro de ti. O pior é quando me apercebo que não posso olhar para o passado sem me amargar a garganta a enormidade da mentira, da gigante mentira a que soa agora. E se te perguntares o que se passa comigo, se conseguires sair um bocado da tua concha de egoísmo e te perguntares onde estou agora, pensa que agora estou a viver neste minuto e sempre presa a este minuto. Porque já que não posso ser feliz, tenho juntado as minhas forças todas para ser o mais alegre que posso. Só para me aguentar minuto a minuto. Se está a resultar? Obviamente que não. Porque em alguns momentos descubro que tenho saudades tuas.
E não queria mesmo voltar a falar de ti. Mas é a única forma que tenho de falar contigo.
1 comentário:
E quando os braços são de quem mais nos fez sofrer até hoje, o que é suposto sentir-se? Eu nunca estarei sossegado ou seguro.
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