20/06/11

o que tens de saber sobre mim se me fores amar, III

O para sempre assusta-me quase tanto como me fascina. O fim eterno e irreversível é uma dor incessante, porque nem pela esperança pode ser mitigada. O amor eterno soa a utopia, a um modelo de perfeição inatingível que funciona como padrão de comparação para a realidade imperfeita. É o mesmo sentimento que tenho em relação a deus e ao comunismo. Admiro profundamente os que escrevem Amor, Deus, e Comunismo a letra maiúscula, por acreditarem que a utopia não é inalcançável. Muitas vezes pergunto-me quem vê mais além: se sou eu que vejo a verdade para além do tentador ideal romanceado, se são os outros que vêm a verdade para além do triste e pobre pessimismo.

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