09/09/11
revolver
Há dias em que me revolves o estômago de medo, há dias em que és como um novelo preso na garganta que tenho de expelir. Há dias em que estás escondido atrás de milhares de pensamentos. Há dias em que desespero por te querer num outro universo, num outro contexto, numa utopia qualquer em que és algo que não conheces nesta dimensão. Há dias em que sonho trazer o teu eu-utópico para junto de mim e parece-me tão fácil quanto ensinar-te a ver o que afastas do teu horizonte visual. Mas uma coisa é certa: não há um dia em que não pense em ti, não há uma dia em que conceba o teu desaparecimento. É certo que estás na minha vida. E como poderia ser de outra forma? As pessoas entram na nossa vida sem o escolhermos e entram nos nossos pensamentos sem o controlarmos e não podemos ignorar estes aparecimentos espontâneos. Há que aceitar, pois como poderia ser de outra maneira? Não há um dia em que não pense em ti, e agora só me falta matar os pensamentos de revolver o estômago.
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