15/09/11


Sempre haverão silêncios a separar os meus olhos dos teus,
sempre haverão perguntas abafadas nos meus,
e se a saudade me cantasse a beleza da vida
talvez pudesse então ver-te a cores.
Mas por hoje és preto-e-branco, desfocado,
és longe, distante e calado.
Sinto-me a perder-me a cada minuto corrido.
Onde está a tua mão esquerda
se não a segurar a minha mão direita?
Onde está o teu abraço
se não a calar os meus soluços?
Onde está a tua força leonesa
se não a matar os meus fantasmas?
Sinto-me a perder-me a cada minuto corrido,
mergulhada num lago gelado e encardido.
Se uma árvore tombar numa floresta vazia de pessoas e animais -
sem que haja um cérebro para processar as vibrações ondulares
e transformá-las em palavras -
ainda assim haverá som?

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