03/12/11

Se a natureza pudesse ser avaliada em razão da sua justiça, de boca cheia diríamos: o tempo é injusto. É injusto porque leva, é injusto porque corre, é injusto porque acaba. Seja rio, seja rastilho combustível, o decurso do tempo nunca é justo, porque rouba sem dar de volta, e traz coisas novas para depois as tirar. É por isso que na vida, que funciona como uma passadeira automática de velocidades variáveis, fazemos por agarrar coisas que corram connosco. Para que o decurso do tempo não nos soe tão estranho, não nos bata tão fundo, não nos deixe tão perdidos.

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