25/12/11

tenho saudades do pequeno almoço contigo

a ignorância, milan kundera

«A vida que deixámos para trás de nós tem o mau hábito de sair da sombra, de se queixar de nós, de nos mover processos.»

a mesa de natal

as doçuras de natal

24/12/11

You had a great life before you met me.

get me back

Primeiro deixei de fotografar. Depois deixei de escrever. Depois deixei de falar. Por último, deixei de crer.

murro no estômago

Pega nos teus lábios finos, beija-me o peito, sopra-me o medo e desata este nó. Desenrosca a rolha, deixa as lágrimas escoar. E quando olhares para mim fala-me devagar.

há muito muito tempo atrás

quem nos levou o natal?

Arranha a pele da ponta dos polegares e sonha com o dia em que vai ser grande e não vai ter medo de dormir sozinha. Fecha os olhos com muita força até lhe doerem as córneas. Não posso abrir, não posso abrir, não posso abrir.  Abre-os outra vez e, a medo, cede: não há monstros à minha espera. Pensa em gritar pela mãe só para testar a facilidade da comunicação e a relação tempo/distância entre a sala e o quarto. Mas desiste da ideia quando se lembra do Pedro e o Lobo. Lamenta de si para si o medo do sono logo hoje. Olha para o relógio, é quase meia noite. Pensa que em breve o escuro se vai apoderar dela e o medo será tão grande que não haverá como evitar levantar-se da cama e caminhar lentamente até à sala: o caminho da derrota. E a ideia do medo que virá cresce tanto que tem de ligar a luz antes mesmo de os seus olhos se habituarem à escuridão. Respira fundo, agarra a almofada, deixa a luz ligada e decide que está calma o suficiente para dormir. Porque amanhã é Natal e nada de mau acontece no Natal.

10/12/11

Porque é que o mundo é tão difícil?

para o bem e para o mal, é o que temos

guess what? i'm not a robot, a robot

Never committing to anything. You don't pick up the phone when it ring-ring-rings.
Os meus sonhos ditam o meu humor.

04/12/11

Tenho saudades de um natal.

03/12/11

Gosto da ordem que reina nesta casa. Ainda que seja mero disfarce para a solidão.
Nunca antes consegui olhar tão longe no futuro e ver os contornos de uma casa segura. És tu que projectas essa imagem no meu imaginário, uma imagem que sempre repudiei porque sempre me soou a ilusória. Agora olho longe para o futuro e há uma casa à minha espera, sem ter de forçar esquemas mentais. É lógico, é simples, é natural. É assustador dar por mim a crer que a realidade derrotará o pessimismo. E se és a minha casa, se vais ficar, não vás. Não quero que vás. Há coisas em relação às quais queremos estar errados. E há coisas que sentimos contrárias à razão. Se existe para cada um uma casa, quero que sejas a minha.
Se a natureza pudesse ser avaliada em razão da sua justiça, de boca cheia diríamos: o tempo é injusto. É injusto porque leva, é injusto porque corre, é injusto porque acaba. Seja rio, seja rastilho combustível, o decurso do tempo nunca é justo, porque rouba sem dar de volta, e traz coisas novas para depois as tirar. É por isso que na vida, que funciona como uma passadeira automática de velocidades variáveis, fazemos por agarrar coisas que corram connosco. Para que o decurso do tempo não nos soe tão estranho, não nos bata tão fundo, não nos deixe tão perdidos.