14/11/12

Em Novembro tudo decidiu estragar-se.
Gostava de saber o que é ser uma pessoa apenas, e sentir apenas uma coisa de cada vez. Gostava de saber o que é preciso fazer para deixar de sentir tudo ao mesmo tempo, numa tal desordem que parece no fundo que não estou a sentir coisa nenhuma. Gostava de saber porque é que tudo na vida é tão frágil, porque é que quase nada é gradual e quase tudo é repentino. Gostava de saber porque é que tudo acaba, porque é que tudo é difícil, porque é que tudo há-de doer. Gostava de saber como é acreditar, confiar, ou então nem pensar. Sim, gostava de saber como é não ter de pensar. Gostava de poder não existir às vezes, porque desistir dói tanto mais do que o vazio. Gostava de saber o que é que vai acontecer, mas apenas se isso for algo de bom. Gostava de saber o que fazer. Gostava de saber o que te dizer. Gostava que soubesses o que me dizer e fizesses alguma coisa por mim. Gostava de meter a vida em pausa, para voltar a mim. Às vezes as coisas andam depressa demais e eu fico presa a momentos que já passaram há muito tempo. Gostava de poder acompanhar o ritmo da vida. Gostava de saber o que é que eu sinto e o que é que eu sei. E porque é que os meus pensamentos são o meu maior tormento, porque nem me deixam dormir nem me deixam estar acordada. Gostava de saber porque é que não consigo estar contigo nem consigo estar sem ti.

10/11/12

Caminhas como se já tudo tivesse ido, quando a verdade é que o mais ainda está por chegar.

05/11/12

até ao fim (ou momento de auto-aprendizagem)

Que há para temer? Só temos de sugar tudo até ao tutano, porque aceitamos que tudo acaba e queremos aproveitar o seu máximo. Só temos de beber cada gota, pisar todas as pedras, dar todos os beijos, rir todas as vezes e aceitar que tudo acaba, nada durará para sempre. Mas enquanto durar nada temos para temer, desde que mastiguemos cada pedaço, choremos cada lágrima, sintamos todas as dores. E depois quando chegar ao fim ao menos vivemos tudo por completo. Nada acaba antes de ter de acabar, e nada dura mais do que tem de durar. Então para quê andar enganado a procurar o infindável? Quanto mais coisas acabarem, mas coisas novas começarão.