25/04/09

Memórias de pó e vento

O que sou eu para ti?
Uma memória do passado,
Doce, mas que não passa
De algo que já passou.

O que sou eu para ti?
Um antigo sonho alado,
Que, ao passar do tempo,
Por certo não perdurou.

O que sou eu para ti?
Um sorriso num retrato,
Um beijo escrito em papel,
Algo que o tempo esgotou.

É isso que eu sou para ti:
Um momento vivido,
Gozado e ultrapassado,
Para ser depois esquecido.

Pois eu agarro o sonho
De um dia te esquecer.
E tu vives o presente:
O passado é para morrer.

E um dia eu serei para ti
Uma névoa apagada,
E tu não te vais lembrar
Que fui, um dia, a tua amada.

E um dia tu serás para mim
Uma página arrancada com dor
E eu não me vou lembrar
Que foste, um dia, o meu amor.

Será que não vale a pena
Fazer um esforço para lembrar?
Ou será melhor esquecer,
Escavar fundo e enterrar?

08 de Setembro de 2008

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