As cortinas esvoaçam
Como que dançando com o vento
Que entra, gelado, pelo quarto.
E eu, a sombra
Sentada no teu peitoril,
Contemplo o céu e a tarde.
Avisto as nuvens que voam:
Já não fazem padrões.
Ouço os assobios do vento:
Já não formam canções.
E eu, a sombra
Sentada no teu parapeito,
Contemplo o céu que escurece.
Já nada brilha no céu
Que eu vejo da tua janela.
As lágrimas que me correm a face
Já nada choram.
Já nada é azul, como dantes.
Já nada canta no céu.
Por que tiveste de partir
Para sempre, da tua janela?
Agora já nada encanta,
Já nada sorri no céu.
Porque tiveste de ir
Para sempre, da tua janela?
Agora já nada é perfeito
Agora, já nada é feliz.
E eu, a sombra
Sentada no teu peitoril
Penso no tudo
Que agora já nada é.
E decido, no frio do vento,
Que se nada é como dantes,
Eu quero voar como tu.
Cair da tua janela.
28 de Abril de 2009
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