Paredes fechadas erguidas à minha frente
E tudo o que desejo é regressar
A um lugar onde já estive antes.
«Não» diz uma voz na minha cabeça.
«Não», insiste num lamento doloroso,
«Ainda é demasiado cedo para regressar».
Sei que há algo que estou à procura,
Ou parte de mim está à procura,
Mas não o consigo encontrar
E como neste corredor é impossível andar para trás
Continuo a caminhar na mesma direcção.
Tudo o que vejo é um corredor longo e fechado,
Tudo o que ouço são risos que não pertencem aqui,
Como fotografias de som, memórias distantes.
Tudo o que sinto é medo:
Medo escondido atrás de cada porta.
E no peito, uma dor que identifico como dúvida.
O meu olhar continua na procura incansável de algo
Que nunca chegarei a saber o que é
E por isso tenho medo. Por mim, pelas minhas vozes.
Tudo o que vejo é um corredor longo,
Paredes fechadas erguidas à minha frente,
E no fundo do corredor, num lugar onde a vista não chega,
Sei que há algo de feliz à minha espera.
17 de Setembro de 2009
1 comentário:
aproveita bem enquanto andas por esse corredor.
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