Um mar negro, calmo, assustador,
Um mar vazio.
Lembro-me de me sentir nua,
Perdida nesse mar,
De lutar para sair do lugar,
Mas permanecer,
Só e inerte,
No mar vazio.
Lembro-me de pedir o vento,
De desesperar por tempestades
Que ondeassem o meu mar.
E de me agarrar à mais frágil brisa,
À mais ténue aragem,
Preservá-la como uma preciosidade
Aumentá-la,
Fazer dela tempestade.
E depois lembro-me de ti.
Vieste sem ares de brisa,
Sem aparência tempestuosa,
E foste-te infiltrando em mim,
No meu céu, e no meu mar.
Foste entrando
De uma forma agradável,
Trazendo não o vento,
Mas o calor.
E o mar foi perdendo a negrura,
O céu foi perdendo o desalento.
Fui-me sentindo menos nua,
Menos só,
Menos insuficiente,
E a tempestade começou.
(O meu mar tem ondeado,
Tem chovido no meu céu,
O vento tem-me abalado,
Mas tem havido calor,
Sobretudo muito calor.)
27 de Novembro de 2009
1 comentário:
tá mesmo lindo ++
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