E pensamentos dolorosamente cansados.
A tua ausência, o teu desinteresse,
Não me magoam. Mas cansam-me tanto!
Cansam-me a alma, cansam-me a vontade.
E tenho vontade de ceder,
Perder-me no comodismo do silêncio
E deixar de lutar pelas nossas palavras.
Apetece-me calar-me para sempre
E limitar-me a observar, não viver.
Quero sentar-me neste passeio molhado
E ver-te passar indiferente,
Ou nunca te ver de todo.
Quero render-me ao cansaço,
Ao meu doloroso tédio,
E à voz que me diz
“Desiste. Fecha os olhos e dorme.
Sonha, talvez, mas não queiras.
Querer, cansa. Lutar, cansa.”
É que o teu silêncio é uma pedra
Que pesa nos meus pensamentos.
E as lágrimas que se abeiram não são de dor,
São de monotonia, de silêncio, de rendição.
São lágrimas de quem se cansou de usar as palavras.
12 de Novembro de 2009
1 comentário:
como eu sei o que é isso!
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