15/11/09

Reviver

Sabes quando uma frase despoleta em nós um encadear de conclusões que doem profundamente: aquela dor súbita e profunda que nos inunda o olhar e nos faz sentir impotentes?
Foi como me fizeste sentir.
E já não me sentia assim há muito tempo, e nunca o tinha sentido por causa de ti.
É o medo súbito que se apodera de nós e a constatação de que é um medo fundamentado.
Dói nos tanto que nos apetece gritar,
Mas não podemos.
Dói nos tanto que nos apetece fugir,
Mas não podemos.
É o princípio do quebrar (e ninguém sente compaixão por um coração que ainda não partiu).
Tenho medo de que te vás embora, para longe, ainda mais longe. Tenho medo de não ser suficiente para te fazer ficar.
E sei que não sou. Porque haveria eu de ser?
O que eu queria era ser tudo o que tu queres, tudo o que precisas, tudo o que procuras.
Queria ser tudo para ti.
Queria que precisasses de mim, só de mim, da mesma forma que eu preciso de ti.
Mas porque haverias tu de precisar de mim? Não tenho nada para te dar a não ser a minha necessidade de ti.

Eu mereço esta dor. Porque não haveria de merecer? Eu avisei-me.
Mas dói muito, ainda assim, a ideia de tu a ires embora.

15 de Novembro de 2009

1 comentário:

Rafaela disse...

E porque nao haverias de ser tu? Por mais que te avises é quase impossivel 'escapar' a uma coisa dessas nas circunstancias em que foi. E faz sempre bem uma coisa assim, embora custe, e muito.