05/11/09

Caminhos feitos de chuva

Tenho andado a caminhar por estradas lamacentas,
Por fileiras de relva molhada,
E os meus passos têm sido sempre só os meus.
Por vezes ouço os teus (escassos) a pisar as folhas secas,
E é quando caminho mais depressa, mais convicta.
É que as tuas palavras têm rareado,
Adquirindo o alívio de gostas de chuva em verões de seca;
Essas tuas palavras que têm sempre algum efeito sobre mim.

Quando a noite chega e deixo de te ouvir ao meu lado,
Ou quando te demoras nas tuas distantes ausências,
Os meus passos ficam trémulos e o caminho parece mais difícil.
E quando de ti ouço apenas o silêncio,
Deixo de ter um propósito e o medo apodera-se de mim:
Tenho medo de andar a caminhar sem ter um fim.

Mas tu voltas sempre, para o bem e para o mal.
E as tuas palavras regressam; volto a ouvir os teus passos.
E então, volto a caminhar de bom grado,
Porque, como posso eu recusar-me a caminhar,
Se tu caminhas, tão sincero, ao meu lado?

5 de Novembro de 2009

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