25/12/09

Cor-de-rosa

Respiro fundo. Os  meus olhos ficam quentes e húmidos; o meu coração fica inundado; a  minha respiração fica suspensa. Tenho medo. Não sei de quê, mas tenho medo. Dói-me a barriga e o peito e as minhas mãos estão a tremer. Outra lufada de ar. Sinto-o chegar aos pulmões, mas é como se se tivesse perdido no caminho. Não estou bem, sabes? Sinto que perdi alguma coisa. Não, não foi o ar que inspirei. Não, não foi o sono. Não, não foi a vontade. Perdi algo que nunca cheguei a ter, e isso é das piores coisas que se pode perder. Tenho tantas saudades; saudades de um tempo que não vivi. E essas são as piores que se podem ter. Tenho medo. Não sei de quê, mas tenho medo. E o meu medo é cor-de-rosa.

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