16/08/10

Silêncio insone

Agora que o vento parou
E a vida dorme nas suas camas,
Em silêncio,
Ouço-os melhor.
Vêm todos a voar para mim,
Ocupam o espaço à minha volta
E cortam como vento,
Martelam o meu pensamento,
Disputam a minha atenção,
Os monstros.

Então eu grito.

Grito para que se vão embora,
Choro para os afugentar,
Fecho-me dentro de mim
Enrolada nos lençóis.
Mas no escuro do silêncio
Acabo por os deixar entrar.
São a minha única companhia,
Os monstros.

Agora, sem vento nem vozes,
Mantenho os olhos abertos
Porque eles não mos deixam fechar.

Para cortar o silêncio,
Hoje vou dormir de luz acesa.

9 de Agosto de 2010

2 comentários:

Rita Q. disse...

gostei mesmo!

inês disse...

não há mais nada para que tenhas jeito, inês? o: