23/11/10

and I'm too blind to see what's going on outside my lonely window.


Preciso de uma rede grande, com buracos pequeninos, para não deixar os meus pensamentos fugir. Tudo porque ando com preguiça de os escrever.

22/11/10

Amar é, sobretudo, descobrir um bocado de verdade em todos clichés mais foleiros acerca do amor.

16/11/10

If I didn't care, I wouldn't keep thinking about it, would I?

(...) When everything is lonely I can be my own best friend, I'll get a coffee and the paper, have my own conversations with the sidewalk and the pigeons and my window reflection. The mask I polish in the evening by the morning looks like shit. (...)
A questão é que eu nunca quis ser melhor que ninguém e esse nunca foi um propósito que me guiasse na vida. O que eu quero e, mais que uma vontade é uma necessidade, é ser a melhor versão de mim mesma. Não consigo ficar pela metade. Não consigo não ir até ao fim. Não consigo não puxar-me, esticar-me, até ao máximo. É um grave problema, pois sou extremamente (mesmo extremamente) exigente comigo e com tudo o que faço. Quero sempre mais e melhor de mim e quando erro, oh quando erro, parece que me cai o mundo. Mas não consigo ser de outra forma. Ensina-me, por favor, a ser diferente. É que é um grave grave problema. Pior ainda quando estou numa sociedade em que o lema de vida geral é fazer somente o suficiente e, se der, um bocadinho menos.

13/11/10

Is there a place where I can be? Then I'd be another memory. Can I be the only hope for you? Cause you're the only hope for me. And if we can't find where we belong, we'll have to end it on our own, face of the pain and take it on. Because the only hope for me is you alone.


Oh, já tinha saudades.

30 de Outubro de 2010 (2)


30 de Outubro de 2010 (1)




Sim, também pode ser um cão.

12/11/10

you're never going home, you're not Ulysses.

É ridiculamente engraçado eu achar piada (como quem quer rir alto e dizer "olha, estás a ver que engraçado?") a tudo isto. Descobrir que passei tanto tempo (anos, mesmo) enganada sobre determinadas pessoas (sobre quase todas as pessoas) e ver-me, de repente, totalmente sozinha (porque não há mesmo ninguém) é muito engraçado (assim como fazer acrescentos sucessivos entre parêntesis).
E pronto, tenho mesmo de arranjar um gato.

09/11/10

o caminho de Pessoa é um caminho de solidão (2).

(...) Não posso deixar de pensar que tenho um qualquer complexo de superioridade por achar que sou demasiado complexa para ser percebida. Mas, ninguém vê as coisas como eu. Ninguém sente as coisas como eu. É como se eu emitisse pensamentos em ondas que não podem ser sintonizadas por ninguém. (...)
Desisti de achar que haverá alguém no mundo que me compreenda. Para quê desiludir-me mais vezes?

E agora?
Como toda a gente, eu não vivo sem empatia.
Eu não quero reduzir-me ou resumir-me em partes compreensíveis aos outros.
E odeio, acima de tudo, ser rotulada. Inês pequena. Inês marrona. Inês certinha. Inês desastrada. Inês crítica. É odioso.
Eu sou mais que tudo isto e ninguém quer saber, porque as pessoas fogem do que é complicado.

E agora?
Vivo sozinha o resto da vida, dentro de um aquário onde só eu vejo estas cores e formas?
Vivo condenada a escrever os meus pensamentos em livros por serem demasiado complexos para os explicar a alguém e ter alguma reacção?
Invento pessoas na minha cabeça que percebam quem eu sou e como penso?

Recuso-me a ficar menos densa. A resumir-me em duas ou três palavras apreensíveis do exterior. Não quero ser outra pessoa. Não quero ser como os outros.
Mas sim: o caminho de Pessoa é um caminho complexo, é um caminho pesado, é um caminho triste, é um caminho de solidão.

Agora - vivo exteriorizando-me em pequenas frases, textos, poemas, desenhos, músicas e fotografias, à espera que um dia alguém olhe para estes pedaços de mim e tente juntar as peças. E depois, perante um puzzle incompleto e incompletável, se veja a si mesmo.
Talvez um dia alguém queira ver-me.
Talvez um dia alguém se veja em mim.
Talvez um dia possa caminhar menos sozinha sem, para tal, ter de abdicar do meu ser.

Até lá? Vou ter um blog.

eu vou ser a última de nós a ir embora.

Finalmente percebi a razão da nossa dispersão. E ficarão sem mais incómodos: eu sou a última a ir-me embora. Agora resta descobrir um novo lugar a pertencer - mas, por certo, não é aqui. Como consolação, tenho o facto de, por um lado, ter finalmente compreendido que a razão nunca fui eu. Por outro lado, alegra-me a certeza de que vão ficar melhor assim. E, claro, agora que finalmente compreendi, posso aceitar e, sem reservas, ir-me embora. Porque nem para vocês eu sou essencial, nem para mim é essencial eu estar aqui. E, como toda a gente, não gosto de me sentir um extra. E já nem a incerteza me impede a fuga.

Adeus.

o caminho de Pessoa é um caminho de solidão.

E agora eu devia desenvolver isto. As melhores ideias ocorrem-me na cama, antes de adormecer, e ontem estava demasiado cansada para apontar o que quer que fosse. Hoje, este sentimento de incompreensão e solidão está bem enterradinho no fundo e não quero desenterrá-lo. Tenho muito mais que fazer. Fica para depois, porque ele vai voltar. Lembras-me?

07/11/10

I hope I'm not wrong when I say,

Our love was lost. In the rubble are all the things that you've, you've been dreaming of. Keep me in mind. When you're ready, I am here to take you every time. Oh, our love was lost, lost, lost, lost, lost. Our love was lost, but now its found.
Acho que agora só volto aqui pelo Natal.

04/11/10

Morrer aos poucos dói muito mais que morrer depressa. Como tal, é óbvio que eu, grande adepta do sofrimento, escolho agarrar-me à vida, com todas as forças que me resta, para tentar adiar a morte. E cada inalação de ar é como agulhas no meu peito. E cada pensamento é como martelos na minha cabeça. A cada passo vacilam as pernas e a cada palavra falta-me a voz. Mas estou viva. Cada vez mais perto da morte, sim. Mas ainda não conseguiste matar-me de vez.

I'm starting to fade.

So far away, come on I'll take you far away. Let's get away, come on let's make a get away. Once you have loved someone this much, you doubt it could fade despite how much you'd like it to. God, how you'd like it, you'd like it to fade. Let's fade together, let's fade forever, let's fade together, let's fade forever, let's fade together. If we get away - you know we might just stay away. So stay awake. Oh, why the hell should I stay awake, when you're far away? Oh god, you are so far away.





(Sim, existe uma música dos Franz Ferdinand para cada momento 
da minha vida. E eu sei que tu  não vais ler isto,  mas é a 
verdade pura: tudo o  que nós precisamos é de fugir.)
Uma vez que tiveste o sol na barriga, é muito difícil contentares-te com o ténue brilho lua.
Atingi o meu limite, em todos os sentidos. Isso quer dizer que, de alguma forma, morri. Agora sou um zombie. Um zombie acordado até, pelo menos, às quatro da manhã. Curioso é ver que aos zombies também arde o coração.
Que sentido faz guardar as tuas antigas palavras, se as palavras que dizias já não as sentes agora? Que sentido faz sonhar contigo se já não te deitas na cama a pensar em mim? Que sentido faz ter saudades tuas se tu não és quem eras e quem tu eras parece que já não vem? Que sentido faz chorar no presente a querer de volta o passado? Se eu fosse como tu, não queria saber do passado. Se eu fosse como tu, nunca chorava. Se eu fosse como tu, era mais feliz. Mas não, sou a Inês. E não gosto de ser a Inês. Não gosto de ser  a Inês.

(e é assim que o Sebastião Cruz fica cheio de lágrimas)

03/11/10

A vantagem de tirar uma foto todos os dias é poder identificar o momento em que se deixou de gostar das fotografias que se tira. No meu caso, a partir de Agosto (incluindo), gosto de muito poucas.