25/04/09

Árvore da rua

Hoje os meus pensamentos voam como borboletas
Dentro da minha cabeça.
Tenho muito em que pensar, por que sorrir
Porque chorar,
Mas sempre premeditadamente
Nunca naturalmente.
Sempre, menos hoje
Em que os meus pensamentos fluem na minha mente
Dissolvem-se e materializam-se
Ocupam todo o espaço,
Tomam todo o vazio.
E então chegou a hora de me confessar
A ti, oh árvore da rua.

Quem me dera ser grande e fina como tu.
Quem me dera ver tudo de cima
Sentir tudo primeiro:
Sentir o vento primeiro,
Sentir o frio primeiro,
Sentir o sol primeiro.
Mas estou destinada a ver de um plano baixo
O mundo que me rodeia
E esta falha de visão
Tem o preço da decepção.

Todos te vêem, mas todos te ignoram.
Oh árvore da rua,
Já tanto tu viste chorar,
Tantas falhas, tantos triunfos,
Tantas calmas e tantas pressas.
Mas nunca te vê ninguém.
Pois, se eu fosse grande como tu
Ninguém me via também.
E que consolo eu recebo?
Nunca ninguém vê ninguém.

Oh árvore da rua,
Cresce os teus ramos e alcança-me,
Pois os meus pensamentos tomaram a minha mente
E os descontentamentos tomaram o meu sorriso
E já nada me faz bater o coração.
O meu interior é como um dia sem brisa,
Sem calor
Sem tempestades, sem trovoadas.
O meu interior não é nada
Excepto pensamentos incorpóreos
Mas pesados.

E o mundo pode não te ver
Mas ainda assim eu gostava de ser como tu,
Pois eu vejo a tua beleza
Cortando o céu claro
Impondo a tua presença discretamente.

02 de Dezembro de 2008

1 comentário:

Rafaela disse...

eu também não gosto nada de estar cansada :\