05/07/09

Hoje deitei-me sem nada para sonhar
E isso assustou-me profundamente.
Espremi-me, contorci-me,
Vasculhei por todo interior do meu ser,
Mas não encontrei nada
E nesse momento senti-me temerosamente vazia.
É como se dentro de mim não houvessem mais fantasias,
Mais pensamentos agradáveis.
Como se nada mais me emocionasse,
Nada mais tomasse o controlo sobre mim,
Nada me fizesse sorrir compulsivamente.
E isso assustou-me tanto.
Tenho muito medo, sabes?
Medo de que nada mais me faça o coração acelerar,
Medo de que ele continue a bater eternamente
Neste ritmo regular.
Tenho medo da monotonia,
Medo da razão,
Medo da sobriedade.
Por isso, se me fizeres sentir alguma coisa, podes entrar.
Não importa que me magoes.
Se me fizeres sofrer, não me interessa,
Contando que eu sinto alguma coisa.
Vem, entra. Desde que me dês algo com que sonhar.


5 de Julho de 09

3 comentários:

Rafaela disse...

este poema quase que parece uma resposta ao meu: é sempre melhor sentir, como tu dizes.
mas sim, tens razão. por um lado tens razão mas por outro..

Rafaela disse...

pois.. acredito que sim :\

Anónimo disse...

Obrigada:$

Gostei muito deste . Escreves msmo bem :')

Mas isso é bom, ter medo, faz-(nos) sentir vivos .

Beijinho *