12/09/09

Amor-próprio

A rapariga entrou na sala dando passos amplos e confiantes:
Era daquelas pessoas que enchia os lugares de alegria,
E hipnotizava todos com as suas palavras.
E quando mexia no seu cabelo esvoaçante
Acendia chamas no olhar de toda a gente.
Tu estavas lá nesse dia e o teu olhar moveu-se na sua direcção.
Tu, que eras daquelas pessoas que era como todos os outros,
Sorriste à sua passagem, extasiado pelo seu brilho ofuscante.
Não finjas que eu não vi os teus olhos reluzirem quando ela falou contigo,
Não finjas que não te embrenhaste no seu encanto,
Que não amaste todo o seu esplendor.
Eu sei que sim, não me mintas,
Pois se há coisa que não me magoa é tudo isto, por certo.
Não fui feita para invejas. Não fui feita para venerações.
Alguém que é tão amado assim é porque se ama a si mesmo muito mais
E eu não fui feita para me amar dessa forma,
Não fui feita para venerações.
E sei que a amas profundamente, assim como amas tudo o que é feliz,
Mas aviso-te, desde já, que ela nunca te amará:
Quem se ama a si assim tanto, não ama mais ninguém dessa forma.

9 de Setembro de 2009

1 comentário:

Rafaela disse...

isto faz-me lembrar alguém.
já falamos várias vezes sobre coisas deste género, sabes que concordo contigo (mais uma vez :b).