28/02/10


But the soul can wait. I felt you so much today.


Uma das minhas sensações preferidas é a de ouvir uma música ou uma banda que ouvi muito durante um determinando período e depois deixei de ouvir e sentir aquela melancolia muito específica dos que têm saudades. E esta música sabe-me tanto, tanto a Outubro e ao meu aniversário e àquela dúvida de ti. E é bom, apesar de ser triste.

26/02/10

O photobucket anda parvo. O meu telemóvel anda parvo. A rede anda parva. A internet anda parva. O meu computador anda parvo. O meu karma anda mais que parvo. O tempo anda parvo. Anda tudo parvo.

E fazer listas de coisas que andam parvas faz-me sentir bem.
Sim, eu ando parva.

25/02/10

Solidão de acontecimento

Mais um pouco daquela velha sensação de frustração: o querermos ir mas não termos para onde ir, nem como ir, nem com quem ir. É o que ele costumava designar por “solidão de acontecimento”, lembras-te? Claro que te lembras. Não há nada dele de que não te lembres. Quer dizer, talvez te tenhas esquecido de uma ou duas lágrimas, mas foram tantas que uma ou duas não faz diferença. E eu sei que é nisto que pensas enquanto mordes o lábio e afastas o cabelo dos olhos com a mão. Alice. Escreves o teu nome vezes e vezes e vezes para ver se o consegues fazer soar como quando era ele que o dizia. Alice, Alice, Alice. Mas parece-te tão pequeno, tão enfadonhamente redondo, tão desadequado. Quando ele o pronunciava, soava a poesia. Lembras-te? Claro. Hold your tears. Não! Ele costumava dizer isso quando via as tuas lágrimas a espreitar, enquanto segurava a tua cabeça nas suas mãos. E tu rias-te, porque ele dizia-o a cantar, como se fosse uma música dos Beatles. E agora ris-te ao recordares-te. Ao menos que a memória dele traga riso.
Por fim, Alice, resta-me dizer-te que não vale de nada engolires as tuas lágrimas, sabes? Elas acabam sempre por voltar com mais força, se as contiveres. Mas não as faças baratas. E sim, se queres saber, são inúteis: ele não volta, se chorares. Mas tu não queres que ele volte, tu deixaste-o ir, lembras-te? Sim, lembras. Claro.
Nesse caso, volta à tua “solidão de acontecimento”. Mas desta vez, pensa para onde irias, com quem irias e como irias, se pudesses ir. Alice.

23/02/10

De corpo e alma

Às vezes sinto-me longe.
Como se não me pertencesse,
Como se o meu corpo não fosse eu.

E luto.
Porque eu sempre fui muito mais de alma,
E sempre me recusei ao corpo.

Às vezes sinto-me impotente,
Quando o meu corpo tem vontade própria
E tenta subjugar o pensamento.

E luto.
Porque o meu corpo se afirma
Contra as dores do coração.

Às vezes sinto-me duas,
Numa batalha interna,
Que acaba só quando me abraças
E a minha alma fica grande,
Muito grande,
E ocupa todo o meu corpo.


17 de Fevereiro de 2010

- What happens when you fall in love?
- You don't believe that, do you?
- What? It's love, it's not Santa Claus.

21/02/10

Tenho tido algumas saudades de mim.

20/02/10

defeito dois:
Em duas semanas eu deixei cair o mp4 na rua, pisei-o e depois derramei-lhe acetona em cima, deixei cair um pacote de bolachas cheiinho no chão da despensa, despejei um frasco de água rás nas pernas e no chão, deixei cair uma moldura de uma prateleira, que furou a secretária. E não sei se me estou a lembrar de tudo. Começo a achar que é melhor eu não mexer em nada, nem sair da cama. Só faço porcaria.
defeito um:
Sou tãaao obsessivamente perfeccionista.
Tenho saudades dos meus pensamentos engaiolados.

18/02/10


Eu ando a ouvir músicas bonitas como quem come chocolates.

16/02/10

Abraça-me como a uma criança. Pega na minha mão como se tivesses o mundo entre os dedos. Ama-me como amanhã, como ontem, como para sempre. E por hoje, não peço mais nada.

Há dias, como hoje, em que me apetece acordar sem ninguém em casa, sem ter de usar palavras: eu, só eu, com todo o tempo do mundo; sem horários, sem relógios, sem ninguém.

15/02/10

Quando gozava um mês de excelente tempo à beira-mar, pude apreciar a companhia de uma criatura extremamente fascinante, uma verdadeira deusa, a meus olhos, enquanto ela não reparou em mim. «Nunca declarei o meu amor» por palavras; mas, se os olhares falassem, até um simples idiota teria percebido que eu estava loucamente apaixonado. Ela compreendeu-me, por fim, e foi a sua vez de olhar - o mais doce de todos os olhares imagináveis. E que fiz eu? Com vergonha o confesso: recolhi-me geladamente dentro de mim mesmo, como um caracol, tornei-me, a cada olhar, mais distante e frio, até que a pobre inocente foi forçada a duvidar dos seus próprios sentidos e, acabrunhada de confusão pelo seu próprio erro, persuadiu a mãe a levantar arraiais.
O Monte dos Vendavais, Emily Brontë

São tantos os caracóis do mundo.

11/02/10

Só eu para matar o meu (teu) mp4. Só eu. Só eu que sou
estúpida, distraída, desastrada, irresponsável, idiota (...) e, agora
frustrada e culpada.

09/02/10

E a  minha vida é isto de saltar da fragilidade da vida humana e da dor de pensar para o milagre japonês e depois para as relações precoces e as relações interpessoais. A minha vida é isto e é tudo no mesmo dia! E, sim, claro que quero férias.

Meia-noite

Inquieta, ouvi os teus passos
Que, inexoravelmente, marcavam o fim de tudo.
Quanto falta para a meia-noite?
Não sei.
E não quero, recuso-me, nego-me a saber.
Mas a verdade é que ouço os teus passos,
Impiedosamente, a marcar o fim de tudo.

Dizem que a cada fim há um novo princípio,
Que a cada meia-noite há um novo dia,
Mas, e se eu não quiser recomeçar?
Tudo acaba. E, desta vez,
Quero que o agora seja a última coisa a acabar.
Não quero mais fins em toda a minha vida.

Mas continuo, mortificada, encostada no seu peito quente,
A contar os teus passos que se aproximam,
Quais ponteiros do relógio,
Da meia-noite.

07/02/10

Ultimamente estes pensamentos têm-me surgido nas horas mais inconvenientes. Estes pensamentos que são mais sentimentos em relação ao passado do que ideias propriamente ditas. O passado de que eu tenho tantas saudades é o agora. E os meus sentimentos são os de amanhã, daqui a uns tempos, um ano ou dois. Não quero mudar, não quero que tu mudes, não quero que nada mude. No entanto, aqui estou eu já a afastar-me do mundo de agora, já a tentar desprender-me devagarinho para doer menos. Tu continuas a ser a única coisa do hoje que eu não largo nem quero largar. Mas o mundo, esse, está cada vez mais longe: o mundo tem conversas que eu não entendo e piadas que não é suposto eu entender; o mundo tem segredos que não são meus; o mundo levanta-se das cadeiras, fecha as portas, vai-se embora e já não se despede de mim, porque eu não me tenho despedido do mundo. E, bem, ultimamente estes pensamentos têm-me surgido nas horas mais inconvenientes. E todos pensam que a névoa nos meus olhos é a falta de ti. E se calhar até é. Porque há-de o mundo estar errado?


It’s a way to the heaven, don’t try to feel too much, just let the morning dry your eye. And I say, lalalalala. Oh my God, I went Gold when I saw your smiling face, I went Gold when I went through this troubling maze, I went Gold and my people behind me all did the same.

Gold, Mando Diao

04/02/10

O amor é uma luz branca e fria da manhã, mas que nos aquece as mãos e a garganta com saudades. É a minha cabeça encostada no teu peito quente, os teus beijos na minha cabeça enquanto os teus nós dos dedos me afagam as bochechas. É mexer no teu cabelo. É abraçar-te com muita força e sentir-me a engolir nos teus braços e ainda assim nunca estar perto o suficiente. É ver-te de olhos fechados e poder olhar-te sempre, para sempre, sem nunca me cansar. É o teu pulsar acelerado debaixo do meu ouvido. E a tua respiração. É os teus dedos quentes e macios a percorrer os meus dedos. É os teus olhos de cor indefinida muito abertos a olhar para mim. E o teu lábio que sobe mais no lado direito. É a tua barriga, o teu pescoço, o teu nariz. É tudo teu. És tu. És tu e as minhas saudades, na minha cama tão vazia.

4 de Fevereiro de 2010

01/02/10

Quero ser grande. Ser grande e pegar em ti e fechar-te dentro de mim,
para que não te possam magoar mais.

No more sorrow in your eyes.