26/05/10

 E ando agora numa correria, numa leitura em contra-relógio, 
porque é o que dá deixar tudo para a véspera.

"se não houvesse tristeza nem miséria, se em todo o lugar corressem águas sobre as pedras, se cantassem aves, a vida podia ser apenas estar sentado na erva, segurar um malmequer e não lhe arrancar as pétalas, por serem já sabidas as respostas, ou por serem estas de tão pouca importância, que descobri-las não valeria a vida duma flor."
Memorial do Convento

23/05/10

lado A

I know if destiny's kind, I've got the rest on my mind. Well my heart, it don't beat, it don't beat the way it used to, and my eyes, they don't see you no more. And my lips, they don't kiss, they don't kiss the way they used to, and my eyes don't recognize you no more.

lado B

How would you react, in a situation like mine, when all birds they ain't singing? I don't know how to say it, but you can go now, baby. So please girl, go now. You make me laugh, you make me shiver - isn't that a fabulous scene? Don't be here now, don't be here anytime. I'm much wiser now, that's how we walk.

lado C

22/05/10

as coisas interessantes que se aprendem a estudar Psicologia:

«Toda a gente é perita em amor. Pela sabedoria popular e por experiência pessoal, todos sabemos que:
- as mulheres apaixonam-se, normalmente, mais cedo que os homens, e continuam apaixonadas mais tempo que eles;
- não nos apaixonamos por pessoas muito próximas, nem nos casamos com elas. Em contrapartida, não nos apaixonamos perdidamente por pessoas estranhas, que conhecemos longe da nossa vida e trabalho normais;
- as mulheres têm de ser difícil na conquista, se pretendem que um homem as aprecie.
Contudo...
Contrariamente às velhas crenças:
- os homens apaixonam-se mais depressa que as mulheres e agarram-se mais tenazmente a uma aventura que esmorece;
- encontramo-nos, apaixonamo-nos e casamos com a pessoa da porta ao lado ou que mora ao fundo da rua numa proporção supreendente;
- os homens costumam ser atraídos por mulheres a que facilmente tiveram acesso, mas difíceis para outros homens.»

(e ri-me especialmente com este último!)
I wish you were love. Only love to me.
Está a ser difícil conviver comigo, nestes dias que têm passado. 
E o pior é que pensar em ti me pesa por dentro.

20/05/10

Go away.
Não sei bem. Tenho andando a fugir de mim, porque tenho andado a não querer sentir. Não sei bem. Tenho andado a querer mudar, porque tenho andado a sentir-me presa. Não sei bem. Tenho andado a fugir do que penso, para ver se deixo de sentir. Não sei bem. E, oh, odeio esta indefinição de mim.

19/05/10

Andamos nós tempos e tempos à volta de uma coisa, e basta uma noite para ela acabar. E é assim, com todos os eventos importantes.
"E dando o mundo tantas voltas, muitas mais as dão os homens que nele vivem" 
Memorial do Convento

16/05/10

Do you feel like giving up?

13/05/10

A minha história

Disse-lhes que ia escrever uma história,
talvez a minha, ou uma variação,
e prometi-lhes que não ia ter muitas lágrimas.
Mas o certo é que sempre gostei
de histórias de banhar os olhos,
tu sabes.
  Sabes?

Porque o mundo não é feito de amor,
é feito de egoísmo -
e as nuvens escuras são sinal disso.
Todos temos dias maus
em que tudo o resto está contra nós.
E que arrogância esta de pensar que o mundo
se divide em “nós” e em “tudo o resto”!

Tu sempre percebeste isto melhor que eu.
  Explicas-me?

Quantas vezes nos perdemos em pensamentos,
mergulhamos em sentimentos,
e tentamos explicá-los por palavras.
Quantas vezes nos escondemos atrás das portas,
procuramos escutar o que não nos dizem,
e depois o oferecemos ao mundo em palavras.
Quantas vezes desdenhamos tudo o resto (todos os outros)
e nos convencemos de que não cairemos nos seus erros.
E caímos sempre,
   estou certa?

E quantas vezes procuramos o amor
como se procurássemos a cura para todos os males,
quando, no fundo, ele só nos faz mais doentes.

Mas o mundo não é feito de amor,
é feito de egoísmo.
E é por isso que eu lhes disse que ia escrever uma história,
e o mais certo é que seja a minha, ou uma variação,
que o que está dentro de mim é mais próximo.

Pode ser que ao escrever a minha história
possa compreender melhor a minha personagem.
Tu sabes.

12/05/10

Monstros meus

Lembras-te do dia em que enxotei os monstros
Escondidos atrás do teu armário de pau roído?
Nunca mais nada foi igual.
Os ruídos misteriosos no soalho,
À noite,
Silenciaram,
Bem como os gritos de histeria,
Os rugidos maléficos,
Os sussurrares aterradores.
Agora, tudo é silêncio,
E ouves mais os teus pensamentos.

E tem sido frequente ver-te, nestes dias,
A procurar por eles.
Abres as portas, espreitas nos cantos, varres os fundos,
Mas que é dos monstros de outrora?
Quando chove, parece que os ouves a bater na janela,
Mas quando te levantas para lhes sorrir,
É só a chuva.
E tu sabes, mas continuas a levantar-te.
E também é só o vento que bate as portadas,
As correntes de ar que empurram as portas,
Os vizinhos que batem nas paredes.

Os monstros foram-se de vez,
Conforma-te:
Vais passar a ouvir mais os teus pensamentos.

Oh, mas eu vi-os, eu vi as suas sombras,
Passaram de relance, há pouco, naquela porta,
Espreitaram, sorriram-me e sumiram-se no ar.
Oh monstros meus,
Onde estão?

11/05/10

Estou à espera que o tempo deixe de mudar dia sim, dia não, para ver se esta constipação, que dura há meses, me passa. É que fazer teatro com a voz fraca da tosse não é nada nada de bom.

09/05/10

perdido no moleskine:

Eu podia fechar os olhos agora, deitada na cama, embrulhada nos lençóis, e fingir. Fazer de conta que tu estás deitado ao meu lado, a abraçar-me a cintura, a dar-me beijinhos na nuca, a largar uma das mãos para me afagar o cabelo. Podia chegar-me mais para o meio da cama, como se me estivesse a chegar mais para ao pé de ti - porque tu nunca estás, nunca estiveste, próximo que chegue, desde aquela vez em que a gravidade me puxou para ti. Mas a verdade é que isso tudo só ia fazer-me sofrer mais a tua ausência, desejar mais que aqui estivesses. É que, sabes?, hoje não tive um dia muito bom e não queria mais uma noite sozinha. Agora, preciso de ti. Mas vou guardar estes meus pensamentos no canto da mente, encerrá-los nas páginas que escrevi, e dormir a pensar em nada, que o nada não me dói.

5 de Maio de 2010

07/05/10

Gosto de cada pedacinho desta música:

(...) Oh it`s in the way you set your life on your alarm and hit the snoozer. You waste your life expectancy, you throw away your hopes and dreams. The night will never end, it`ll stay forever. Well the dark will eat you up inside. (...) Don`t let the salt get in your eye, don`t let the ghost get in your heart. There were sweet memories in the corner of my mind. They were telling me to throw up all the things that I want to hide. That we`re having fun in the daytime, we`ll chase the stars in the nighttime, and we`ll catch the sun in the morning. We just don`t care if they see us fall. Just don't care, just don't care at all, if it was true.

Cair por ti

Estive a cair por ti, sem nunca chegar ao chão,
Que tu sempre lá estiveste, a segurar-me a mão.
E nos dias em que o peso da tua mão me esmagava,
Em que eu me sentia pesada,
Esgotada, perdida, submersa e afundada,
Nunca cheguei a tocar o chão.
Porque a mágoa, essa,
Também sabe fazer flutuar.
E por entre sorrisos, lágrimas, gritos e silêncios,
Por vezes alternados, por vezes todos de uma vez,
Nunca me viste, meu amor,
A tocar com os pés na superfície.

E agora peço-te
- porque é tão bom voar sobre os outros –
Que me mantenhas sempre assim,
À margem da realidade,
A cair por ti, sem nunca chegar ao chão.

(Sim, estamos de volta aqui, poesia)

05/05/10

e depois ele disse: és estranha, Inês.

03/05/10

É bom caminhar por entre as pessoas e sentir que o mundo é nosso, como na Primavera. E, depois, olhar para o céu e ver que somos pequenos, bem pequeninos, que podíamos todos viver numa nuvem e ainda sobrava espaço. De repente, deixamos de nos sentir tão importantes e é aí que gritamos mais alto, para ver se alguém nos ouve. Há dias em que há lágrimas, mas as lágrimas são mais para nós - são pedacinhos das nossas nuvens que condensam e gotejam pelos nossos olhos. E, oh, quando nos sentimos pequenos, não há nada como um abraço que nos faça sentir grandes o suficiente para preencher a distância. E quando não há abraço? Temos comida e roupas e sapatos e acessórios, coisas que comemos, compramos, consumimos, sem nunca serem suficientes – somos grandes, nunca nos enchemos. O verdadeiro problema é que não temos sempre o mesmo tamanho. Nuns dias sentimo-nos maiores, noutros dias sentimo-nos encolhidos. E, sendo assim, como é que podemos saber o nosso verdadeiro valor? É que uma coisa é o que sentimos que somos outra coisa é o que somos. Ou não? A verdade é que, a forma como os outros nos vêm não nos diz nada: ao olhar nos olhos dos outros, acabamos sempre por ver neles o nosso reflexo. É falácia, culpar os outros pelo nosso eu. Nós só somos eu, dentro de nós. Fora de nós somos ele ou ela. Bem, mas isso agora não interessa. É que hoje está sol! Sentes os raios de luz a aquecer-te o rosto? De que nos vale o pensamento agora?

02/05/10

Há festa na aldeia, e é Dia da Mãe - como sempre, no primeiro domingo de Maio.
E, ah, acabou o mês das chuvas!