Primeiro,
ele toma os teus pensamentos:
Começas a vê-
lo em todos os lugares,
A lembrar-te constantemente das
suas feições,
A ouvir constantemente as
suas palavras;
Por vezes, perdes o raciocínio
E encontras-te a vaguear nas memórias
dele.
Depois,
ele controla os teus movimentos:
O teu corpo impele na
sua direcção,
Os teus lábios curvam-se sem os controlares,
E os teus olhos procuram constantemente os
dele;
Quando
ele está longe, sentes uma ausência física
E quando
ele está perto, sente-
lo sempre longe.
E é aí que
ele passa a controlar as tuas vontades:
Passas a querê-
lo sempre ao teu lado,
Independentemente do dia ou da ocasião,
Passas a querer ouvir todas as
suas palavras
E todas as
suas banalidades adquirem um tom especial,
Despertando em ti um sentimento específico.
Então
ele controla os teus sentimentos:
Faz sentir-te no auge da felicidade,
Ou no mais profundo desespero;
Uma simples palavra
sua pode mudar o teu dia,
Elevando-o ao melhor dos dias
Ou fazendo-te querer esquecê-lo para sempre.
E quando
ele contra os teus pensamentos,
Os teus movimentos, as tuas vontades, os teus sentimentos,
Passa a fazer parte de ti e tu perdes um pedaço teu,
Um pedaço teu que
lhe entregaste de bom grado,
Porque foi agradável desprenderes-te de ti.
E é nesse momento que ficas de tal forma dependente,
Que nunca te consegues sentir completa sem
ele.
É nesse momento em que o espaço que tu ocupas,
E ocupaste sozinha em toda a tua existência,
Se torna demasiado grande para ser ocupado só por ti:
É nesse momento que deixas de te ser suficiente.
3 de Novembro de 2009